Brasília – Em entrevista coletiva, a porta-voz do Gabinete de Crise, Ivone Valente – secretária Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional, apresentou, no final da tarde desta quarta-feira (23/06), um balanço de todas as ações que estão sendo desenvolvidas pelo governo federal nos Estados de Pernambuco e Alagoas.
Socorro - Segundo a secretária, as ações iniciais visaram, principalmente, garantir alimentos, água e abrigo para a população atingida. Destacou que 75 mil cestas de alimentos já estão à disposição dos Estados para distribuição imediata. Mais R$ 25 milhões foram liberados para cada Estado comprar o que for necessário para atender à população vítima das fortes chuvas e enchentes que atingiram os dois Estados nos últimos dias.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) enviou três técnicos à Pernambuco e quatro à Alagoas para ajudar na coordenação das ações de socorro e assistência e na elaboração dos planos de trabalho.
O Exército está ajudando na distribuição de alimentos, envio de equipe de médicos e de comunicação, barracas, quatro pontes móveis, sete helicópteros e dois módulos do hospital de campanha. O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro está montando uma unidade de pronto atendimento em Alagoas e a Marinha enviou barcos e helicópteros.
O Ministério da Saúde enviou 53 kits de medicamentos e itens de primeiros-socorros, que atenderão 50 mil pessoas durante 30 dias. O Ministério da Justiça está enviando efetivos de homens do Maranhão, da Bahia e da Força Nacional, além de Bombeiros do Distrito Federal. O Ministério do Desenvolvimento Social antecipou o saque do Bolsa-Família. Para os casos de perda dos documentos, o Ministério criou um sistema de cadastro único para facilitar o saque.
O ministro da Integração Nacional, João Santana Filho, esteve ontem em Alagoas e hoje em Pernambuco, para apoio na avaliação de danos. Os ministros das Cidades, dos Transportes e da Defesa também foram aos locais afetados.
Energia - As linhas de energia já estão sendo restabelecidas em Alagoas, com prioridade para as cidades com estruturas estáveis, que têm mais condição de abrigar os atingidos. Em Pernambuco, a energia elétrica e a telefonia móvel já foram restauradas.
Estradas - Foram destruídas 69 pontes nos dois Estados, segundo o Ministério dos Transportes, e foi danificados cerca de 80 km da BR-101. As reconstruções já foram iniciadas e há condição de trafegabilidade para veículos de pequeno porte. Os de grande porte, como carretas e caminhões, terão dificuldade em alguns trechos.
Comunicação - A Rede Nacional de Emergência de Radioamadores (Rener) do Estado de Alagoas ofereceu seus serviços à Defesa Civil, para auxiliar na comunicação com as áreas afetadas. Ainda houve disponibilização dos serviços realizados pela Operação Carro Pipa em Pernambuco e Alagoas.
Desastre - Ao todo, em Alagoas, 24.861 edificações foram danificadas ou destruídas. No município de Branquinho (AL) 100% das edificações foram destruídas, em um total de 850. Em Murici (AL), 8.055 edificações foram danificadas ou destruídas. Em Pernambuco, 6.407 casas foram destruídas ou danificadas.
Segundo a secretária, no Estado de Alagoas, não se pode dizer que faltou aviso quanto ao desastre, pois não havia alerta de chuvas intensas para a região. “Havia aviso de chuvas de 2 mm para Alagoas, o que não é relevante. Já para Pernambuco, a Defesa Civil havia previsto e feito alerta de concentração de fortes nuvens no litoral”.
“É comum ocorrer esse fenômeno na região: há formação de massa de ar quente e o vento empurra para o continente. Quando o serviço de metrologia indica isso, quem está fazendo a gestão em nível de Estado é que fará o alarme em quase todas as cidades. Nesses casos, são se sabe em quais cidades. Poderia cair na mata, na área urbana, porém essa chuva concentrada caiu nas cabeceiras dos rios”, explicou Ivone Valente.
A secretária seguiu explicando que houve uma confluência de fatores que levou em grande velocidade o transbordamento desses rios e a força das águas que destruiu as cidades. “Estamos somando o evento climático à vulnerabilidade da cidade. Por melhor que seja o sistema de alerta e alarme de desastre, se ele não estiver atrelado com um plano de contingência a uma alternativa para a população em tempo hábil, ele só será mais uma ferramenta”, explica.
Doações - A secretária Ivone Valente informou que as doações podem ser feitas nas contas bancárias divulgadas pela Defesa Civil dos Estados e enfatizou que a doação em dinheiro é a mais eficiente, pois os alimentos e vestuário doados exigirão mais trabalho, tempo e recursos para que cheguem aos Estados afetados.
“As doações devem ser enviadas em primeiro lugar de acordo com a demanda. O que os Estados precisam. Por isso a preferência para doações em depósito em espécie. É mais barato e bem mais utilizado”, informou.
Ministério da Integração Nacional - Secretaria Nacional de Defesa Civil
http://www.defesacivil.gov.br/noticias/noticia.asp?id=5087
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